06/07/2017

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Gleisi assume direção do PT e lidera luta pela retomada da democracia

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) assumiu oficialmente na noite desta quarta-feira (5) a Presidência do Partido dos Trabalhadores, maior legenda de esquerda da América Latina. Com o auditório lotado pela militância petistas, Gleisi afirmou saber qual era o lado da história em que o PT estava e pediu o apoio de todos na luta pela reconstrução do País e da democracia. A cerimônia contou com a presença do ex-presidente Lula, da presidenta eleita Dilma Rousseff, do governador do Piauí, Wellington Dias, de parlamentares petistas e de representantes do PCdoB, PDT e PSB.

“Não temos dúvida de que o nosso lado da história é o lado dos trabalhadores, das minorias, dos excluídos, da soberania nacional. E, tendo essa clareza, não tem vendaval, não tem caçada que possa nos arrebatar. Temos causa e, por isso, somos novamente a voz do povo”, afirmou Gleisi. Ela ressaltou que, tudo isso, não deve ser apenas motivo de orgulho. “É para dar a dimensão da responsabilidade que temos com o Brasil. Para destacar a importância da nossa unidade, da necessidade de agregar os setores progressista e os movimentos sociais, populares, sindicais e estudantis nessa luta”.

O presidente Lula disse que a Gleisi, a primeira mulher a assumir a Presidência do PT, era uma grata surpresa para o partido, mesmo ela sendo petista há 27 anos. Citou a sua ternura, sem perder o vigor, e afirmou que valeu à pena defender as mulheres em papéis relevantes na política. Lula assegurou que Gleisi pode contar com ele e com a militância porque “ajudá-la é ajudar o PT é ajudar o Brasil”. Ele sugeriu a criação de um grupo no PT para discutir a soberania nacional. “Estamos brigando no varejo, enquanto eles (governo golpista) agem no atacado. As reformas vieram para demolir direitos trabalhistas e sociais”.

Lula alertou para a necessidade de se refletir sobre o País que resultará depois do desmonte promovido por Temer e sua turma. “O que vai sobrar? Porque o que está em jogo vai além do desmonte, é a construção de obstáculo, de definição do papel do Estado. Eles estão fazendo um ajuste em cima da classe trabalhadora, dos excluídos. Não mexem com a elite”, protestou.

O ex-presidente advertiu ainda que tem muita gente entusiasmada com a possibilidade de o governo Temer acabar em breve. “E ninguém quer mais o ‘Fora Temer’ que nós, que os trabalhadores brasileiros. Mas é preciso refletir, porque a nossa razão na defesa do ‘Fora Temer’ não é a mesma da Rede Globo. Queremos ‘Fora Temer’ porque não queremos as reformas Trabalhista e da Previdência. Mas a razão da Globo não é essa”.

Lula citou que o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), já se prepara para assumir a Presidência da República. “Mas Rodrigo Maia é seguidor do golpe e, não podemos achar que um golpista é melhor do que o outro. É preciso garantir ao povo o direito de escolher o seu presidente”, defendeu.

O líder da Oposição na Câmara dos Deputados, José Guimarães, ressaltou a capacidade da nova presidente. "A senadora Gleisi tem um papel importantíssimo no fortalecimento do partido para que possamos eleger o presidente Lula em 2018", ressaltou.

Dilma Rousseff fez questão de dizer que é testemunha da imensa capacidade de trabalho e da inequívoca competência política da senadora Gleisi. “Sou testemunha do seu compromisso com todo o nosso programa, com o direito dos trabalhadores, com a questão fundamental, não só de distribuição de renda e de riqueza, mas com a igualdade de oportunidade. Ela, assim como outras mulheres do nosso partido, mostrou que as mulheres do PT têm espaço, capacidade de liderar, de dirigir e de contribuir para a construção de um Brasil maior”.

O ex-presidente do PT Rui Falcão, que se despediu do cargo, disse que Gleisi em um mês na direção partidária – desde a eleição no início de junho no 6º Congresso do partido – tem atuado de forma marcante e decisiva na vida do PT, na defesa do presidente Lula e das bandeiras petistas. “Em um mês, a sua atuação já justificou o meu voto”. Falcão destacou ainda a competência e a capacidade de diálogo da nova presidente. “Tenho a certeza de que a direção será coletiva, e que o PT vai estar cada dia mais preparado para por fim ao governo usurpador, para impedir a interdição do Lula e apresentar uma alternativa para o País. O Brasil não pode esperar mais, diretas já, Lula presidente”.

Vânia Rodrigues/PT Brasil