14/10/2004

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José Guimarães relembra os 20 anos do movimento Diretas Já!

O deputado José Guimarães, líder do PT, fez nesta quarta-feira (05/05), na tribuna da Assembléia Legislativa, um resgate histórico sobre o aniversário de 20 anos da campanha “Diretas Já”.

Segundo o deputado, o movimento foi um marco para a redemocratização do País, já que devolveu ao povo o direito fundamental de participar das decisões políticas, através do voto.

Guimarães afirmou que o movimento ganhou expressão em 1984, contando com a adesão de vários segmentos da sociedade brasileira, que lutaram pelo direito de escolher livremente os seus governantes. O deputado relembrou que o povo havia sido privado do direito ao voto em 1961, quando, pela última vez, elegeu-se um presidente da República pelo voto direto no Brasil.

“A movimentação da sociedade civil que desaguou nos gigantescos comícios espalhados por todo o País, notadamente no Rio de Janeiro e São Paulo, só foi possível devido à fragilização crescente por que os governos militares passaram, após a euforia do milagre econômico nos anos 70”, destacou.

O deputado citou como responsáveis pelo declínio do modelo econômico ditatorial, a extinção dos capitais externos que subsidiavam o regime; os índices de alta inflação; a crise petrolífera que afetou o Brasil em 1973; a paralisia do setor produtivo, bem como a existência de denúncias sobre torturas e prisões. “O movimento Diretas Já traduz a inconformidade popular com os rumos recessivos e com a supressão das liberdades e dos direitos fundamentais em nosso País”, acrescentou.

Guimarães relembrou, também, que a falta de credibilidade das ditaduras na Argentina, Uruguai, Chile, influenciada por abusos políticos e éticos, foi decisiva para a transição democrática na América Latina. “A crença das maiorias na possibilidade de mudar radicalmente suas vidas, subvertendo a ordem injustamente instituída pelos golpistas de 64, tornava-se mais intensa, na medida em que se acreditava que um programa tecnocrático somente poderia ser superado, através da construção das instituições democráticas e republicanas no Brasil”, disse.

O parlamentar petista mencionou, ainda, a máxima de que “o povo desconhece a sua força até que se põe em movimento”, em alusão à mobilização da população brasileira que resultou na queda do regime militar, contrariando interesses das “elites patrimonialistas”.

De acordo com Guimarães, o movimento “Diretas Já” quase conseguiu a aprovação da emenda Dante Oliveira, que propunha a instituição das eleições diretas para presidente do Brasil. Mesmo assim, o movimento foi significativo, já que, segundo o deputado, a maioria dos opositores do regime militar acabou se abstendo no dia da votação.

Para concluir, o deputado petista afirmou “que movimentos cívicos como a campanha singularizam-se pela revelação que fazem da pujança da soberania popular, da maioridade de seus ideais e da possibilidade de assumirmos nosso presente e nosso fututro construindo um novo Brasil”.

O pronunciamento recebeu apartes dos deputados Fernando Hugo (PSDB), Gony Arruda (PSDB) e Chico Lopes (PCdoB). Todos parabenizaram Guimarães sobre o registro histórico e lembraram o debate realizado na última segunda-feira, na Assembléia, sobre as “Diretas Já”. Naquela ocasião, o professor e escritor Marco Antônio Villa lançou o livro “Jango-Um Perfil (1945-1964).

Fonte: Comunicação da ALEC