06/02/2018

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Orçamento do Cinturão das Águas cai 54,65%

O orçamento anual para o Cinturão das Águas do Ceará (CAC) caiu de R$ 209,5 milhões em 2017 para R$ 95 milhões em 2018, o que representa uma redução de 54,65%. Para o deputado federal José Guimarães, a diminuição do repasse para o CAC, uma importante obra que garantiria maior segurança hídrica para o Estado, mostra o descaso do governo federal. "Além disso, é importante lembrar que as obras da Transposição do Rio São Francisco se arrastam e seguem sem prazo para serem concluídas", comentou.

O Secretário Estadual de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, deve se reunir com o secretário de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, Antônio de Pádua de Deus Andrade, para discutir, principalmente, este orçamento e, também, ter notícias mais recentes sobre o Projeto de Integração do Rio São Francisco, que abastecerá o CAC.

Até agora, já foram investidos mais de 50% do valor total para o Trecho 1 da obra cearense. “Nossa preocupação foi o orçamento limitado. A gente investiu, nos últimos três anos, R$ 209,5 mi, R$ 220 mi e R$ 216 mi”, explica.

No dia 28 de dezembro, o governo do Estado recebeu R$ 65 mi, que garantiu os pagamentos das empreitaras que trabalharam nos meses de outubro, novembro, dezembro e janeiro. No entanto, apenas R$ 17 mi restaram para tocar a obra. Por outro lado, no último biênio, o montante já atingiu R$ 469,3 mi, quase o dobro dos anos de 2014 e 2015.

A urgência se dá pela necessidade de concluir o eixo emergencial. Com 53Km extensão, ele já tem 68% de avanço físico nos lotes 1, 2 e 5. Este setor, de canais, túneis e sifões, levará água do Rio São Francisco até o Açude Castanhão, que abastece Fortaleza. Toda a primeira etapa, que vai de Jati a Nova Olinda, tem 149Km e pouco mais da metade foi feito nos cinco lotes totais.

Segundo a Superintendência de Obras Hídrica (Sohidra), lote 1 foi o que mais avançou e está, praticamente, concluído, em seus 38Km. Já o lote 5, de túneis, tem mais 93% do previsto. O mais preocupante é o lote 2, com 53% das obras realizadas. No entanto, a etapa do eixo emergencial, de 9,2Km, já tem mais de 80%. Os lotes 3 e 4 estão parados, mas apresentam 19% e 4,2%, respectivamente.

De acordo com o diretor de águas superficiais da Sohidra, Antônio Madeiro de Lucena, caso o Governo do Estado conquiste, pelo menos, R$ 160 mi, é possível terminar os 53Km do eixo emergencial e dar continuidade ao Lote 2. “R$ 95 mi é um orçamento ridículo”, destaca. Para ele, com o “Velho Chico” fornecendo 380 mi m³/ano, garantiria água para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Segundo Lucena, caso as chuvas deste ano fiquem acima da média e impeçam que as obras no CAC continuem, pelo menos Castanhão poderá reter água e abastecer a RMF. Por outro lado, as empresas estão com receio de trabalhar na obra, porque, algumas vezes, o repasse só chega três meses depois, causando demissões de trabalhadores. “O empreiteiro sabe que, com R$ 17 mi, não tem perspectiva. Não pode trabalhar com suposição. Mas, se mandarem R$ 160 mi, já era uma maravilha”, completa.

A previsão é de que, até maio de 2018, estes 53Km sejam concluídos e a água possa chegar até o Riacho Seco, em Missão Velha. De lá, percorrerá 13Km até o Rio Salgado, seguindo por gravidade até o Jaguaribe, que abastecerá o Açude Castanhão.

Com informações do Diário do Nordeste