04/07/2015

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Castanhão: Líder negociará suspensão da cobrança de dívidas dos piscicultores

Os piscicultores atingidos pela tragédia que levou a perda de pelo menos 3 mil toneladas de peixe no açude Castanhão, na região do Vale do Jaguaribe, contarão com a ajuda dos governos estadual e federal. O recado foi transmitido pelo líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), durante audiência do governador Camilo Santana e representantes da categoria na manhã deste sábado (4/7).

No encontro, Guimarães se comprometeu em negociar a suspensão da cobrança de dívidas dos produtores com o Banco do Brasil e Banco do Nordeste. O perdão às dívidas dos piscicultores foi a principal demanda que os piscicultores apresentaram na audiência com o governador. A causa da mortandade dos peixes ainda está sendo investigada.

“Os governos Dilma e Camilo irão ajudar os piscicultores do Castanhão”, assegurou o líder do governo.

PRODUÇÃO

“Se conseguirmos recursos, teremos um ano para voltar a ter produção”, revela José Rizoneudo Fernandes da Silva, um dos piscicultores da Cooperativa dos Produtores de Curupati-Peixe (CPCP).

Formada por 41 produtores, a CPCP produzia 45 toneladas de peixe por mês. Cada piscicultor tinha uma renda de R$ 1,5 mil. Segundo o prefeito Francini Guedes, a criação de tilápias em gaiolas emprega cerca de 2 mil pessoas, reunidas em cooperativas, associações e trabalhadores autônomos. A produção total de peixes por mês girava em torno de 1,5 mil toneladas.

“A piscicultura começou a crescer no município e vinha bem, mas com esse desastre não sei como será o futuro da cidade. Precisamos colocar os produtores de volta à atividade, mas não temos condições porque eles não têm como comprar alevinos”, disse o prefeito.

OXIGÊNIO

A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), que gerencia o Açude Castanhão em conjunto com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), está analisando a causa da alta mortandade de peixes. Os piscicultores atribuem o fato à abertura seguida de fechamento brusco da válvula dispersora do reservatório. Essa sequência pode ter gerado uma onda que trouxe material tóxico, depositado no fundo do açude.

Em nota, a Cogerh contrária a tese dos piscicultores, afirma que esse procedimento já foi feito outras vezes sem consequência. Segundo a companhia, a mortandade de peixes está associada à baixa concentração de oxigênio na água, que afeta principalmente aqueles mantidos em tanques.

“A mortandade de peixes é um evento passível de ocorrer em qualquer reservatório, demandando dos criadores atenção constante aos parâmetros da água que variam durante o ano, exigindo atenção para o manejo em cada período", disse José Rizoneudo.

AÇUDE

O Castanhão é considerado pelo Dnocs o maior açude público do Brasil. O reservatório tem capacidade para 6,7 bilhões de metros cúbicos de água, mas, atualmente, está com apenas 19,38% de sua capacidade. O açude é responsável pelo abastecimento da capital e da Região Metropolitana de Fortaleza.

(com informações das agências de notícias/ Foto: Marcos Studart)