20/03/2015

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Em 2014, 91,5% das negociações resultaram em aumento real de salários

Quase todas as negociações salariais (91,5%) da indústria, do comércio e dos serviços resultaram em aumento real (acima da inflação) em 2014, em todas as regiões do país, de acordo com estudo divulgado pelo Dieese. O ganho real médio pago no ano passado nas 716 negociações analisadas foi de 1,39 ponto ante 1,22 em 2013.

A média de reajustes de 2014, tendo como parâmetro o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC, do IBGE), ficou abaixo apenas das registradas em 2010 (1,66) e 2012 (1,9). Ao todo, 6,1% das negociações igualaram-se à inflação e 2,4% não alcançaram recomposição salarial. Esses resultados também são melhores que os de 2013, quando 86,2% das negociações alcançaram ganhos reais, 7,5% igualaram-se ao INPC e 6,3% ficaram abaixo da inflação.

“Os resultados conquistados em 2014 tiveram como pano de fundo um quadro econômico de baixo crescimento e alta inflação. Este cenário era considerado por muitos analistas como desfavorável para a negociação coletiva, na medida em que estimularia o empresariado a ser mais resistente diante das demandas dos trabalhadores”, aponta o Dieese. “No entanto, o que se verificou é que apesar do prognóstico ruim, as negociações tiveram alta no número de aumentos reais, superando as conquistas de 2013 e dando sequência a uma longa série de resultados positivos para a classe trabalhadora.”

O resultado melhor em 2014 frente a 2013 pode ser explicado pela mobilização dos trabalhadores e do movimento sindical, pela manutenção das taxas de desemprego em um patamar baixo e pelas desonerações concedidas pelo governo federal a alguns setores, de acordo com o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre. “Apesar de a economia não crescer, a melhora ao longo dos últimos anos criou uma espécie de colchão”, disse.

Entre os setores da economia, o comércio teve o maior percentual de acordos com aumento real (98,2%) em 2014. Na indústria, o índice ficou em 90,9%, e no setor de serviços, em 89,2%. Entretanto, os maiores reajustes (acima de 3%) concentraram-se na indústria e no setor de serviços, em 6,9% dos casos e 5,8%, respectivamente. No comércio apenas 2,7% dos aumentos ultrapassaram esse patamar.