06/08/2014

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Tombini eleva o tom e nega estagflação no Senado Federal

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, elevou o tom na audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Questionado por parlamentares sobre a confiança dos agentes econômicos e sobre o risco do retorno da inflação, Tombini foi incisivo: “Que crise é essa, se nós temos o menor nível de desemprego na economia brasileira de todos os tempos? Que crise é essa em que a inflação está sob controle?”.

Enquanto a autoridade financeira nacional prevê aumento do PIB, a soma das riquezas produzidas pela nação, em 1,6%, a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) estima avanço de 1,4% e o Fundo Monetário Internacional de 1,3%. “A revisão do crescimento [para baixo] tem sido mais uma regra do que uma exceção nas principais economias do G20”, disse Tombini, referindo-se aos últimos resultados dos 19 países mais ricos e da União Europeia.

Na apresentação aos senadores, Tombini disse que a inflação encerrará 2014 dentro dos limites da meta, que tem como centro 4,5% e limite superior de 6,5%. “No que se refere à variação mensal dos preços, desde março a economia mostrou significativa desinflação dos preços ao consumidor e, principalmente, dos preços no atacado. Sobre estes últimos, houve deflação nos últimos três meses, o que sugere que a inflação ao consumidor tende a permanecer bem-comportada nos meses à frente”, disse Tombini.

Tombini também rechaçou a possibilidade do país está vivendo um período de estagflação, combinação de estagnação da economia com preços em alta. “A inflação média mensal desde o início do Plano Real é da ordem de 0,52%, 053% ao mês. Nos últimos 42 meses (tempo em que está no comando do BC), foi de 0,51%. Ou seja, estamos em linha”, defendeu-se.

FMI

Na semana passada, o deputado federal José Guimarães (PT-CE) criticou um relatório lançado pelo Fundo Monetário Internacional que apontou o Brasil é apontado como um dos países emergentes mais vulneráveis a mudanças na economia mundial. "No nosso governo – dos presidentes Lula e Dilma – o gasto público é para o social, para o Programa de Aceleração do Crescimento e para a distribuição de renda. Eles querem cortar gastos sociais e nós queremos aumentá-los”, disse.

“O Fundo deve dar conselho em outro canto", sugeriu.