01/07/2014

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IPI reduzido para móveis e carros é prorrogado para 31 de dezembro

O governo manteve a redução do IPI, Imposto sobre Produtos Industrializados, até 31 de dezembro deste ano. Atendendo ao pedido de empresários, a presidente Dilma Rousseff abriu mão do recolhimento R$ 800 milhões recebendo em troca a permanência dos trabalhadores do setor. O objetivo é fazer com que a indústria moveleira e automobilística, que sofreu queda de 14,5% nos primeiros cinco meses do ano, recuperem as vendas.

A medida foi anunciada ontem (30) pelo ministro Guido Mantega em São Paulo. Ao lado de representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que reúne as concessionárias brasileiras, o ministro confirmou que a líquota de 3% a alíquota para carros com motor 1.0. Para carros com motor flex entre 1.0 e 2.0, o IPI subiu de 7% para 9% no início de 2014, e agora retornaria aos 11%.

Mais cedo, Mantega teve um encontro com Flavio Rocha, vice-presidente do grupo Guararapes, dono da rede Riachuelo, e Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza. Ambos representaram o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV). Flavio Rocha e Luiza Trajano pediram ao governo adiamento da alta do IPI para móveis. Em janeiro, o imposto sobre móveis, laminados e painéis subiu de 3,5% para 4%.

“Com esta medida, a presidente Dilma está protegendo o emprego dos brasileiros e garantindo o crescimento da indústria nacional. Não há nada de protecionismo, pelo contrário, se nós não tomássemos essas medidas, o mercado brasileiro seria contaminado pelo protecionismo selvagem de algumas economias do mundo, que só agora se recuperam da crise econômica internacional”, comentou o deputado federal José Guimarães (PT-CE).

A avaliação do ministério é que as vendas foram mais fracas neste primeiro semestre em função de uma série de fatores, como o encarecimento e a diminuição do crédito e a realização da Copa, que prejudicou a atividade industrial e o comércio em função do número menor de dias úteis. “Tivemos sete dias úteis a menos, o que influencia as vendas. Temos que tomar medidas para viabilizar um segundo semestre melhor que o primeiro”, disse Mantega.


A prolongação do imposto reduzido ocorre num momento de maior fraqueza do setor automotivo, com recuo das vendas no mercado doméstico e anúncios de férias coletivas, “layoffs” e planos de demissões voluntárias por parte das montadoras. O cenário interno ruim é agravado por piora nas exportações, devido à crise na Argentina. O país vizinho é o principal mercado para manufaturados brasileiros. O governo também estuda um novo acordo automotivo com o parceiro do Mercosul para amenizar a situação.